Desenvolvimento Infantil

As (grandes) amigas que nossos filhos nos trazem

Talvez um dos momentos de maior solidão na vida de uma mulher seja o pós-parto. Claro que você sente uma alegria imensa pelo nascimento do seu bebê: é indescritível a sensação de segurá-lo pela primeira vez, e finalmente descobrir como é seu rostinho! Mas a saída da maternidade também traz dúvidas, a mudança completa da rotina e a dificuldade das noites interrompidas (quem já acordou de hora em hora sabe!). Ah, como é difícil essa fase!

Por vezes, tudo o que você queria era que as noites voltassem a ser bem dormidas. Que você pudesse sair de casa sem se preocupar com a hora de voltar para amamentar. E nessa hora, aparece um misto de tristeza com culpa: afinal, não era para você estar 100% feliz com essa nova vida?

Pois é, o puerpério é mesmo esse caldeirão de emoções, temperado com uma queda hormonal intensa. Mas no meio de toda essa bagunça, surgem alguns pontos de conforto. Você desce com seu filho para um passeio de carrinho, e esbarra com a vizinha que está fazendo o mesmo. Numa primeira conversa rápida, vocês descobrem tanta coisa em comum! E você mal se lembrava do nome dela…

Os dias passam, e aos poucos você descobre que não está sozinha. Ela te conta sobre o cansaço dela, o choro de cólica no fim do dia, que parece ter durado cinco horas, quando foram apenas vinte minutos (mas o bastante para esgotá-la). Vocês riem juntas, compartilham dicas de como fazer massagem na barriguinha, e você conta sobre aquele swaddle mágico que passou a usar para enrolar seu pequeno, e que o acalma muito mais rápido. Coisas que só uma mãe aprende na prática, e passa para a outra.

E num piscar de olhos, os meses passaram. As noites ficaram mais fáceis, você já consegue ter um pouco mais de liberdade. Mas com uma diferença: você ganhou uma amiga! Alguém que te escutou, quando os papos sobre fralda e amamentação pareciam chatos para o resto do universo. Alguém que te entendeu nos momentos difíceis, sem que você precisasse dizer muitas palavras.

É bonito ver com os filhos nos trazem um presente que não esperávamos: grandes amigas. As vizinhas do prédio, a colega de trabalho com quem você não tinha muito em comum, até descobrirem que tem filhos da mesma idade, as mães da escolinha que passaram pela adaptação escolar com você. Aos poucos você vai construindo uma enorme rede de apoio materno, que carrega para o resto da vida.

Só quem é mãe sabe como essa rede de apoio é importante. Passa pelo seu parceiro, pelos avós, às vezes por alguém que você contratou para te ajudar no dia a dia. Porque por melhor e mais dedicada que seja uma mãe, ela não consegue (nem deve!) dar conta de tudo sozinha.

E que bom que nessa rede há também as amigas. Companheiras nessa viagem, às vezes turbulenta, mas com tanta beleza, chamada maternidade. Que bom que você existe, minha amiga, porque nossos medos e alegrias unem nossos corações. E porque você torna a jornada mais leve, divertida e cheia de risadas.

(Se você tem uma amiga que seu filho te trouxe, mande esse texto para ela!)

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